quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Tento...


"Vi-te hoje ... no reflexo do meu chá ... balancei o copo e o liquido nele contido levou-te embora entre as ondulações ... Dei por mim a desenhar a inicial do teu nome num pedaço de papel ... sublinhei-o ... rasurei-o ... risquei-o ... com tanta força que rasguei a folha ... Procuro o teu cheiro na minha almofada ... Deito-me e o que vejo é o teu pestanejar nervoso e aquele teu olhar específico ... o que ouço é a tua gargalhada única e as palavras que me disseste numa noite ... salto da cama ... espreito à janela e ficas esquecido entre os carros estacionados...
Tento ... tento com tanta força esquecer-te por esses lugares ... por esses luares ... tento esquecer o tanto que eu não te disse e o tanto que ficou por me ensinares ... O ser humano aguenta tanto ... mas a incerteza ... o impossível de entender ... destrói-o ... tu és a minha incerteza ... não te sei ler ... não te quero ... mas também não te quero deixar ir ... não sei se lute ... se a "batalha" foi há muito perdida ... Desistir não faz parte do meu nome ... mas tentar chegar a ti é mais desgastante do que subir ... à corrida ... as escadas rolantes do metro do Chiado ... as que descem ... claro! ou correr a apanhar o comboio que já partiu há 3 minutos ... És tu cartão de crédito sem limite ... alucinante ... aliciante ... até o ter de pagar ...
Tento ... tento tanto apagar-te da memoria ... mas ao mesmo tempo não te quero fora de mim ... hoje dás-me um rosto fechado e uma tristeza inquietante ... mas outrora deste me um sorriso aberto e uma felicidade de criança ... Tenho te medo ... medo de ficar de repente vazia de ti ... e o medo ... como diz Danni Carlos ... "mora perto das ideias loucas" ... Assim não te apago depressa ... nem que uma máquina o permitisse ... Vou-te apagando entre suspiros de saudade e fome de mudança ... entre uma memória tua e uma cara nova e palavras que elevam o ego ... entre o teu mundo e o meu ... tão diferentes ... Apago-te ao meu ritmo ... ao compasso do meu coração ... e do espaço que vais criando com a tua ausência ... "

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Vem...


""Dá me de ti ... eu dou te de mim ..." foi o que um dia te pedi ... sem usar palavras ... usando apenas actos censurados ... desmedidos ... desordenados ... exagerados ... mas sentidos ... que sempre soube aumentarem o teu ego em detrimento do que pudesse vir ... do que pudesse ser ... E mm assim n me cansei de te tentar provar que ... entre o caus que te provocava ... tudo o que queria era que me desses a mão e viesses ... Viesses espreitar um outro mundo ... onde sentisses o "queimar" de um abraço ... que viesses e me deixasses rasgar essas tuas amarras invisíveis ... que viesses e me deixasses desorganizar essas tuas ideias imutáveis ... que viesses e me deixasses derreter no brilho do teu olhar ... que viesses mostrar me a complicação da tua simplicidade e a simplicidade da tua complicação ... que viesses e me revelasses o segredo das piadas para rir ... que viesses e me explicasses esses teus modos estranhos ... nem sempre humanos ... que viesses jogar comigo à bola na praia até esbarrarmos um o outro e ficarmos os três abraçados ... eu tu e a areia molhada ... que viesses e me contasses onde descobriste os "acordes das minhas notas" que tocas sem compreender a imensidão do essa melodia provoca em mim ... que viesses e me devorasses e me prendesses ... que viesses e percebesses que a minha irracionalidade não é louca é apenas resultado do vazio que me fazes sentir ... que viesses para eu mostrar que não és meu desejo ... pk não me nasces do ego ... és meu sonho ... pk me habitas a alma e me ocupas esse "órgão traiçoeiro" ... que viesses e me compreendesses para além do superficial ... que viesses e sentisses o roçar lânguido dos meus lábios no teu pescoço e aí estremecesses ... que viesses e partilhasses uma sanduiche de pão saloio misto e um pacote de Caprisone num qualquer miradouro caiado com vista para o mar e para o pôr do sol ... que viesses e que entre o vermelho e o verde do semáforo me beijasses até todos os carros apitarem eufóricamete ... que viesses e o cheiro do meu perfume (aquele que gostavas ... sabes?) te invadisse as narinas de tal forma que o ar que respiravas teria de ser perfumado com o meu aroma para te ser vital ... Mas não vens ... és pior que os gatos da rua que correm para de baixo dos carros quando alguém lhes tenta afagar o pelo ... não vens e a mim apetece me ir te buscar ... mas fico quieta ... talvez um dia uma nortada de traga pelo ar aos trambolhões até à minha rua ... até lá tenho te guardado numa caixinha que escondi numa das minhas prateleiras onde não chego ... assim não te vejo ... não custa (tanto) e não sinto (muito) a tua ausência ..."